Israel X Palestina e os impactos na geopolítica global

17 de outubro de 2023 0 min

Por Mariah Abdanur, advogada e professora no Centro Universitário UniOpet

O conflito entre Israel e Palestina é um dos mais antigos e complexos do mundo. A disputa entre judeus e palestinos tem suas origens na Antiguidade. Na época, os grupos judeus dividiram-se em dois reinos: o de Israel e o de Judá.

A cisão se deu em decorrência dos diferentes conflitos entre esses povos, que, por sua vez, os tornou mais vulneráveis às invasões estrangeiras. A raiz do conflito remonta ao final do século 19, quando os judeus começaram a migrar para a região e se juntar a outros judeus remanescentes das invasões históricas.

Desde então, houve muitos eventos que contribuíram para o conflito, o holocausto e após o final da Segunda Guerra Mundial e a criação do Estado de Israel em 1948, quando a ONU dividiu o território entre palestinos e israelenses.

O clima sempre foi muito tenso na região e ocorreram outros episódios, sérios, como a Guerra dos Seis Dias (travada entre os dias 5 e 10 de junho de 1967), Yom Kippur, em 1973, a Segunda Intifada, em 2000.

No dia 7 de outubro, houve um ataque terrorista por parte do Hamas, em uma festa em Israel, próxima à Faixa de Gaza e no kibutz Kfar Aza O Hamas é um grupo militante islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza. O grupo não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

A classificação do grupo palestino Hamas como terrorista divide a comunidade internacional. Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e as nações da União Europeia classificam o Hamas como uma organização terrorista. Brasil e nações como China, Rússia, Turquia, Irã e Noruega não adotam essa classificação.

Por que o Brasil não reconhece o Hamas como um grupo terrorista? O Brasil, historicamente, classifica como organização terrorista, apenas aquelas que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece como tal.

É o caso, por exemplo, dos grupos islamistas Boko Haram, Al-Qaeda e Estado Islâmico — consideradas organizações terroristas pela ONU e, portanto, também pelo governo brasileiro.

Esse critério faz com que o Brasil não mude a sua classificação de entidades consideradas terroristas mesmo quando há alternância de poder em Brasília. As motivações de cada país para classificar uma entidade como terrorista ou não variam de acordo com os interesses e diretrizes da política externa de cada um.

O conflito entre Israel e Hamas pode afetar a economia global, sobretudo se o conflito se estender e ocorrer aumento nos preços do petróleo. Para além dos reflexos negativos na economia mundial, há o prejuízo humanitário: centenas de pessoas mortas, desaparecidas, traumatizadas.

O que o Hamas fez não tem qualquer justificativa, é uma barbárie sem proporções. Entretanto, não há como esquecer dos palestinos civis, trabalhadores, pessoas comuns que em nada corroboraram para esses ataques sanguinários e que estão sendo bombardeadas.

A população da Faixa de Gaza vive em condições sub-humanas, com acesso precário a alimentos, internet, eletricidade, água, saneamento básico, sem falar do tratamento discriminatório.

Mais uma vez, na história mundial, os princípios que regem o Direito Internacional, como: Não Agressão, Solução Pacífica dos Conflitos, Coexistência Pacífica do Estados, são violados e desrespeitados.

É um momento delicado em que inocentes morrem – de ambos os lados – sem consentir com a guerra e sem conseguir se defender.

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