Dia da Inovação: design thinking torna as soluções mais humanas

19 de outubro de 2023 0 min

Ao se buscar criar inovação para determinado grupo, o que é mais comum? Deslocar representantes desse grupo para um local estranho, fora do contexto em que estão inseridos, como uma espécie de “cobaia em laboratório”. “Dessa forma, a tendência humana é a de sempre responder para atender as expectativas do outro. Mas quando falamos em problemas complexos, isso as vezes disvirtua totalmente o processo de criação e desenvolvimento da solução”, avalia o especialista Rulian Maftum, diretor do Impact Hub.

Rulian foi o primeiro entrevistado da segunda temporada da série “Inovação em Rede”, iniciativa criada em 2022 pela educadora Adriana Karam, investidora anjo e presidente do Grupo Educacional Opet. Em cada edição, a reitora do UniOpet recebe um convidado para falar sobre inovação e seus ecossistemas.

Nessa entrevista, o tema discutido foi o Human-Centered Design (HCD), ou design centrado no ser humano, uma abordagem de solução de problemas comumente usada em estruturas de design, engenharia de processos, produtos, serviços e sistemas que desenvolvem soluções para problemas envolvendo a perspectiva humana em todas as etapas do processo.

“Quando a gente se desloca até o ambiente da pessoa, para sentir o que ela sente, o que ela está projetando, isso muda totalmente a perspectiva. A partir desta sintonia, a chance da sua solução empreendedora ter sucesso é muito maior. Um exemplo simples de metodologia HCD: perguntar o que determinada pessoa "sente" sobre uma situação, e não o que ela "pensa" sobre. Para não ter uma resposta racional, polida, ou voltada a coisas que ela ouviu”, explica o especialista.

“Quando a gente traz o sentimento, ativa-se o emocional, trazendo as maiores dores da pessoa, aspectos inusitados. O racional muitas vezes atrapalha o processo de investigação”

Adriana Karam reforça que "investir em empatia dá trabalho”. “As vezes é muito mais fácil trazer a pessoa até você do que ir até ela. O pesquisador acaba sendo impactado por situações de descaso, problemas sociais e educacionais. Muitas vezes é perturbador, exige esforço emocional, mas é um processo necessário", pontua.

Como funciona o HCD

O HCD é a metodologia empregada no Climathon UniOpet 2023, iniciativa do centro universitário em parceria com o Impact Hub, um hackathon de 12 horas que será realizado em 28 de outubro para fomentar localmente o combate às práticas que vêm provocando acentuadas mudanças climáticas no planeta. Inscreva-se gratuitamente para o Climathon pelo link.

Segundo Rulian, são três grandes fases do método HCD: inspiração, ideação e implementação. "Dentro dessas fases, temos etapas comuns a outros processos de inovação rápida, como a prototipagem. Essa construção representa muito a maneira como colocamos ideias em prática de forma natural: primeiro nos inspiramos em algo. A segunda fase envolve escolhas, para dar forma à ideia. E na implementação, temos um funil de ideias até o protótipo", explica.

Outro exemplo, segundo o especialista, envolve a experiência do usuário. "Quando testamos um aplicativo fora do local de origem do usuário, a conexão muitas vezes é melhor do que em seu dia a dia. A acessibilidade faz parte do processo".

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