Sistema Tegumentar

Sistema Tegumentar

            O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos (pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas), cuja principal função é recobrir o corpo, proporcionando proteção contra atritos, perda de água e invasão de microorganismos. Têm ainda de percepção sensorial, síntese de vitamina D e termorregulação.

            A pele pode ser constituída por três camadas distintas: a epiderme, a derme, e a hipoderme, que é a camada mais profunda e não considerada por alguns autores como parte dessa divisão.

Epiderme

            É a camada mais externa da pele, que não apresenta vasos condutores (avascular). É uma camada estratificada queratinizada, havendo renovação celular constante. É composta por cinco camadas organizadas estruturalmente: o estrato córneo, o estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e a camada basal.

  1. Estrato Córneo: a camada mais externa da epiderme, composta por células mortas preenchidas por proteínas chamadas de ceratina (queratina). É composto por células achatadas que se assemelham a escamas, conferindo proteção contra atritos, invasão de microorganismos e perda de água. Sua espessura depende do estímulo em sua superfície que pode ser pela atividade ocupacional, pela erosão ou pelo suporte do peso corporal, podendo dar origem a calos nas regiões das palmas das mãos e plantas dos pés de alguns indivíduos.
  1. Estrato Lúcido: encontra-se abaixo do estrato córneo, formado por células mortas, transparentes e achatadas, é rico em grânulos proteicos, estando presente na pele ausente de folículos pilosos, ou seja, em peles mais grossas.
  1. Estrato Granuloso: sua denominação provém de grânulos acumulados, porém não contribuem para a pigmentação da pele. O estrato granuloso toma parte ativa da ceratinização (queratinização), processo no qual as células produzem ceratina (queratina) e perdem seus núcleos, tornando-se mais compactas e frágeis.
  1. Estrato Espinhoso: é composto por células poliédricas mais conhecidas como células de Langerhans. Essas células atuam como apresentadoras de antígenos aos linfócitos T, sendo resistentes e originados a partir de células-tronco hematopoiéticas que migram e residem na maioria dos epitélios pavimentosos, como na pele. Estão relacionadas com a imunidade local nos órgãos.
  2. Camada Basal: também chamado de estrato germinativo é a camada mais profunda, e considerada a mais importante da epiderme por sofrer divisão mitótica e dar origem a novas células. A regeneração epidérmica só ocorre se o estrato germinativo se mantiver intacto. Neste estrato também se encontram os melanócitos e as células de Merkel. Os melanócitos são células arredondadas, que em vesículas membranosas, conhecidas como melanossomas, oxidam a tirosina em DOPA através da enzima tirosinase e transforma a DOPA em melanina. Os grãos de melanina são introduzidos nas células do estrato basal e do estrato espinhoso. A melanina concentra-se sobre o núcleo, protegendo o material genético da radiação ultravioleta. As células de Merkel contêm um núcleo volumoso, filamentos de queratina e vesículas neuroendócrinas. Na base da célula, formam junções sinápticas com terminações nervosas sensitivas. Essas células são receptoras táteis e são abundantes nas pontas dos dedos e na base dos folículos pilosos.

Derme

            A derme é a camada intermediária formada por um tecido conjuntivo. A derme contém os anexos cutâneos, os vasos sanguíneos e linfáticos, os nervos e as terminações nervosas sensoriais. O limite da derme com a epiderme é formado por duas saliências, a derme papilar e a derme reticular. A derme papilar é formada por um tecido conjuntivo frouxo onde se localizam alças de pequenos vasos sanguíneos e capilares, e terminações nervosas. A função desta estrutura papilar é aumentar a área de contato entre a epiderme e a derme. Desta camada as em fibrilas de colágeno que se ancoram á epiderme, prendendo uma camada a outra, fazendo com que as papilas sejam mais frequentes nas áreas mais sujeitas ao aumento de pressão ou atrito.  A derme reticular é constituída por tecido conjuntivo denso não modelado, com vasos sanguíneos e anastomose arteriovenosa, linfáticos e nervosos. O colágeno é o componente mais abundante da matriz extracelular e confere resistência à pele. A elastina é outra proteína presente na derme, que nos casos de envelhecimento se torna amorfa sendo caracterizada pelo aparecimento de rugas, que é um sinal de envelhecimento.

Hipoderme

            Também chamada de tecido subcutâneo, é a última camada da pele, formada por um tecido conjuntivo frouxo, com fibras de colágeno e de elastina. Os principais tipos de células presentes na hipoderme são os fibroblastos, as células adiposas e os macrófagos. Sua espessura é bem variável e depende da condição física de cada pessoa. Sua principal função é fazer a ligação entre a pele e as estruturas subjacentes (músculos, ossos, etc.), fornecendo proteção contra traumas mecânicos em nosso organismo, amortecendo os impactos. Armazena cerca de metade da gordura corporal, constituindo reservas de energia.

Referências

BORGES, Fabio dos Santos. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed, p. 111, 329, 330, 379. São Paulo. Editora: Phorte, 2010.

ISAAC, Cesar; LADEIRA, Pedro Ribeiro Soares de; RÊGO, Francinni Mambrini Pires

do; ALDUNATE, Johnny Conduta Borda, FERREIRA, Marcus Castro. Processo de cura das feridas: cicatrização fisiológica. In: Revista de Medicina, v. 89, n. 3 – 4, p. 125 a 131, São Paulo, jul./dez. 2010. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/46294/49950>. Acesso em: 19 ago. 2016.

MONTANARI, Tatiana. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. ed. 3, cap. 11 – Sistema Tegumentar, p. 169 a 175, Porto Alegre: Edição do Autor, 2016. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/11Tegumen.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2016.

OLIVEIRA, Lívia Ferreira. Análise formológica da pele, de acordo com as características epidemiológicas de idosos autopsiados. Dissertação (Mestrado em Patologia Geral) – Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba – MG, p. 18 a 26, jun. 2011. Disponível em: <http://www.uftm.edu.br/pgcs/imagem/Tese_LiviaFOliveiraME.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2016.

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